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19 de abr. de 2007
por que saí da iniciativa privada
certamente, por dinheiro não foi. tive algumas boas oportunidades, outras nem tanto. para responder à essa questão, só uma opção: porque vc, empresário ou empregado, é obrigado a participar da filhadaputagem geral. ou vc se torna sócio minoritário de bush, ou tá fora. eu preferi ficar fora. hoje, diferentemente de ontem, as empresas são, costumeiramente, depósitos de filhos da puta. sofrem aquelas que não abandonam velhos estilos familiares e adotam novas técnicas de, como se diz, reengenharia ou qualidade total. ali, o empregador tem que usar de astúcia com os empregados - para sobreviver, tem que maquinar modos de enganar e extorquir o empregado; isso tudo sob a aparência sorridente ao melhor estilo pbqp-h. é pior que sorriso de concurso de miss. os empregados, por sua vez, têm que se comportar do mesmo modo com o empregador e, também, com seus colegas empregados. tem até festinha programada: o empregador é obrigado pela agenda a pagar uma festinha onde o tom dominante é o da alegria, confraternização entre iguais, comoção generalizada. vide, por exemplo o modo como as cias telefônicas e proverdores de rede fazem: seus empregados de call-center são robôs treinados para levar qualquer um à exaustão. como será que eles ficam após 10 horas de aporrinhação seguida, tanto vida de cima (seus patrões), quanto dirigida para baixo (os usuários do serviço)? uns vão para casa e suicidam-se. outros acham tudo lindo, moderno. é preciso dar não mais que pão e água a eles (qualquer excesso deve ser voltado para um só bolso), para que continuem idiotas. patrões? não os há, mas sim superintendentes, presidentes, gerentes, técnicos e a macacada costumeira. até o superintendente é empregado. ou usa terno, sabe fazer salamaleques e dizer frases agradáveis, ou rua. tem uma outra raça, sim, a dos donos. aí sim! não fazem porra nenhuma, e são tão poucos... em geral, políticos.