uma amiga me pediu um livro da sônia viegas. aí revi um outro, dela, e numa página estava escrito:
(...) Dessa forma, a busca do outro se torna extremamente difícil. Para expressar essa dificuldade, Vinícius de Morais tem uma passagem muito feliz na crônica "Da Solidão":
"A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, um absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se. (...) Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete, ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos e encerrado em seu duro privilégio semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre."
pois, enquanto lia isso, recebi a notícia do falecimento de meu amigo recente carlos frederico. atropelado, foi sem nem dar adeus. fiquei quieto, e então me lembrei de uma das últimas vezes que vi sônia, há mais de vinte anos. no final anunciado de sua vida, como quem dá adeus, ela dizia que aquilo tudo que estava acontecendo a ela traria bons frutos futuros aos que estavam ficando.
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