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19 de jun. de 2007

tese antes, 2ª edição (vai ter três mil)

como uma coisa se relaciona com a outra: de um lado, a hipótese de uma total ausência de essências, de fundamentos, para qualquer coisa que se dê, batendo de frente com o outro lado: a hipótese da congoscibilidade do ser e, por conseguinte, sua fixidez, onde uma essência é a estrela da festa.
segundo essa última, uma mudança, uma transformação, é compreendida como algo entre duas 'coisas', 'seres' fixos, justificados, identificados, inclusive por si póprios. como se se tratasse de coreografia de palco-e-coxia: num a coisa se apresenta, noutro ela se ensaia: reles suporte ao primeiro. revertendo tal estado de coisas, nada me desautoriza a querer pensar diferente: o estado do ser fixo é que é um acidente entre duas ou mais mudanças em orgia completa.

(espantado) - olha que sujeito assistemático.... assim não vai nunca conseguir terminar essa tese dele. faça o seguinte: pegue o parágrafo, faça ele virar umas cinquenta páginas de justificações e proposições de sua própria validade, de si para si.... meio como compra e venda....

voltando lá: quem é que inventou, e porque se opta, costumeiramente, por deliberar (como o superhomem) a existência, ou ainda a mera possibilidade, de algo que ninguém nunca viu, como, por exemplo, uma essência, um ou mais deuses quaisquer, um suposto 'estado ideal'?
proponho investigar a produção de projetos em um ambiente que privilegie a primeira hipótese.

essas duas visões de mundo, coexistindo, gerariam elas algum tipo de perturbação, ou deflexão no cenário habitual - aquele da fixidez? como uma fala da criação, como a outra? como é a coreografia disso?

para o habitual, o do ser fixo, a criação é coisa misteriosa. do outro lado, para o do rio, qualquer realidade é uma construção, invenção, uma vez que ela erra sumariamente ao apresentar como fixo de algo que não o é.
é o que? não é. participa dos abismos da suspeita.