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20 de jan. de 2008

não leia

algguns instantes antes de entrar naquilo que seria como uma irreversível rota com destino ao fim, resolveu escrever. não sabia se o que viria a ocorrer em seguida, quando da escrita, seria algo que teria sentido ou não. mas, dado à gravidade da situação, não pode senão ligar o computador, fazer o login no blogger e se por a trabalhar. como uma passagem de sua vida, da qual se lembrava agora: lera certa vez, numa bula, que não haviam contra-indicações para a administração daquela droga, uma vez que era ou ela, ou fim de papo.
pois bem: foi para o fim do papo. foi sem medo, foi querendo saber o que haveria ali, por detrás daquela porta.... no percurso, ia percebendo que nunca vira coisas tão insólitas. nunca teria imaginado, um dia na sua vida, que veria coisas daquela ordem. mas viu. e resolveu contar. por isso escrevia.
bobagem crer que havia algum penso nas coisas que escrevia: estava chegando de um almoço que mais parecia uma ceia do último dia, onde bebera muito vinho siciliano. depois, ainda sob os efeitos daquele estado de excitação descontrolada, fumara várias coisas, e, mais ensandecedor, se punha a escrever.
tinha consigo uma impressão, o tempo todo, que não saía do lugar. não obstante, as linhas ainda não desenhadas desse editor de textos iam se preenchendo com palavras encadeadas em uma coerente gramática.
perguntava-se, então: o que mesmo? haveria algum sentido naquele conjunto de palavras? ou aquilo era coisa passageira? além disso, percebeu ali, naquela conversa consigo próprio, que estava contrapondo "sentido" a "rio".