não obstante eu privilegiar chaves interpretativas que dão vez a pontos de vista situados dentro de visões de mundo que, por sua vez, privilegiam concepções de mundo afetas a considerar o ser (o que há) como eterno devir, em detrimento de visões que privilegiam o ser fixo, dotado de identidade, unicidade e permanência, uma observação deve ser feita:
enquanto o devir se distende no tempo, o ser se distende no espaço. suas existências são ocupações. não é o caso fazer opção por um modo em detrimento do outro, pois há algo de comum entre os dois. um desce o rio, outro espreguiça-se no ar. não há escolha ideológica a ser feita, quando o ser passa a ser feito um pouco pelo devir, tanto quanto o devir passa a ser feito um pouco pelo ser. não é assunto como o de times de futebol, onde defende-se uma posição e ataca-se a outra, seja por qual argumentação for.
assim,
o cerne de minha existência é não ter cerne, e é o instinto de sobrevivência o que faz de mim um planejador.