Se Nietzsche recebe uma primeira crítica que o acusa de propor algo como o fim do mundo, tal afirmação merece defesa. Por banir das preocupações teóricas a existência do plano metafísico, niilista é que, justamente, ele não é. Pelo contrário, sua filosofia, tomada como corpo coeso, afirma a realidade exclusiva da realidade dada aos sentidos, e de mais nenhuma outra. Por definição, qualquer outra seria impossível. Uma vez que não dada aos sentidos, é dependente de crença, tão-somente. Daí, inútil para um cientista – justamente quem vê apenas "evidências". Aliás, quem crê apenas nelas.
Depois (ou antes, não sei), ele afirma que essa realidade nem mesmo uma é, mas perspectívica.