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11 de set. de 2008

Chumbo grosso

A guerra era de morte. Uma tensão que parecia ultrapassar os limites do tolerável. Por isso, resolveu ficar em casa. Não queria fazer nada. Havia morrido seu amor, e depois toda a sustentação que um amor como aquele lhe dera por algum tempo. O amor se foi, e seu amor por ele sustentou um determinado jeito de ser, até que esse se foi também. Com a ida da sustentação, voltou para um lugar da confusão. O lugar do não saber o que era, nem o que queria. Depois de alguma conversa, melhorou. Ela dizia que conversa sempre melhora. Saiu de lá achando que aquele lugar, absolutamente, não era tão incômodo assim. Aquele era um jeito de ser, ainda que confuso ou meio estrambólico – ontologia com sinal menos na frente. Acomodando-se como pode, ali, começou a procurar nos classificados do estado de minas. De repente, parou. Não havia nada ali para ser. A confusão aumentou. E escreveu, como Clarice, para se entender. Mas, naquele cenário obtuso, para quê se entender? Não seria melhor, simplesmente, ir sendo?