In limbo
Nasci aqui – nunca fui a lugar algum.
Nem quis.
Aqui é sempre entre uma coisa e outra.
Nunca fui nem serei – e isso não é bom nem ruim.
Fui tarde, serei cedo. Nunca na hora certa: ela não existe, uma vez que nunca a vi.
O que nunca vi, nem do que nunca ouvi, por que existiria?
Nada me desacredita a pensar, então, que não existe.
Assim posso começar. Assim não posso mais que começar – o tempo todo. Começar é a proposta de alguma coisa diferente. Começar sempre é conviver com um mundo estranho, nunca visto, nunca lidado.
Isso pode ser bom e ruim.
Quero aprender a achar bom.
Vou começar.
Começar a repetir tudo de novo.
In limbo
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