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9 de jan. de 2008

Afinal, assento para escrever a respeito de uma coisa (essa frase insólita merece um parágrafo explicativo inteiramente dedicado a ela).

Sim, porque é muito comum que eu me assente para escrever sobre nenhuma coisa, e isso pode parecer por vezes um pouco esquisito. Escrever sobre nenhuma coisa é muito fácil para mim, e então eu vou inventando, ao longo da escrita, ela própria. E imagino que deve ser assim que uns bons escritores escrevem – basta imaginar uns exemplos: Qual seria a diferença entre um grande livro e um pequeno livro, em termos de números de páginas ou de quilogramas? Porque alguém se proporia a escrever um grande livro, se um pequeno livro bastaria? Enchimento de lingüiça? Não acredito. Há alguma coisa que só surge no durante, que não tem relação direta com aquilo (que pode ser chamado de ‘idéia’) que, antes da escrita, põe a pessoa para escrever. Mas vamos lá:

A coisa em questão era o que andava vivendo junto ao seu pequenino, nas aulinhas de reforço de inglês. Como ele havia perdido um mês de aulas por causa da gripe, achou que era bom fazer isso. E ele é todo aplicadinho. Vc precisa ver a belezinha que é ele falando ‘thursday’! Eu marcava algumas atividades do livro, para ele fazer sozinho, e em seguida ele vinha até mim com o livrinho todo escrito, desenhado e colorido. Eu corrigia, elogiava e colocava ele muito para cima quando a coisa estava boa, deixando-o todo inchadinho. Era severo quando ele não pesquisava as dicas disponíveis. Procure por aí! E deixava ele no tempo dele. Antes, demandava dele que utilizasse os instrumentos à sua disposição, ou ainda que procurasse esses instrumentos, fosse atrás, essas coisas. Estou gostando de dar aula para ele. Aí ele vinha até mim mostrando logo que havia descoberto determinadas pistas. Todo felizinho de novo, e fazendo o para-casa na maior alegria. Quando cansava, a aula terminava.