conclusão:
a equipe não seguiu um método de projeto. utilizou-se, sim, de algumas rotinas, algumas ferramentas conceituais de projeto (grades, linhas ordenadoras etc.), mas as seqüência dessas, ou seja, seu percurso, só foi conhecida ao final dos trabalhos, por meio do relato.
é bem vindo um relato acerca da existência de um caso muito específico dos percursos de uma atividade criativa onde o método era inventado a cada instante. Essa verificação sugere a possibilidade, mesmo, de que isso é o mais usual na prática de projeto de parte dos projetistas, mas não sua conscientização ou a discussão acerca de seus temas.
não se trata de optar por um universo moldado segundo a teoria do ser, ou segundo a do devir. não se trata de uma escolha ideológica, ou um partido a ser tomado. este trabalho buscou dizer algo a respeito do processo criativo que se situasse do lado de dentro da caixa preta proposta por Latour, e o que encontrou ali? mapeando o jogo, no tabuleiro em questão, operacionalizando os conceitos de universo do ser e universo do devir para quem projeta, propõe, como teoria (ou ainda anti-teoria, já que só surge no final, e tem apenas uma linha, ou método, para quem se sentir confortável com essa nomenclatura), que ele, o projetista, baixe a guarda, desça o topete moderno, tenha prazer com as coisas de que gosta e, se por acaso ele tiver gosto por projeto (o que iguala fazer projeto a aprender a fazer projeto: existe um percurso sem fim a ser trilhado, ainda que aleatório), vai ser um excelente arquiteto.