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29 de ago. de 2008

uma hipótese-

uma das peculiaridades da tese é o fato de que, desde seu início, já anuncia que o corpo que o compõe é pura invenção. se pergunta o tempo todo: o que é o objeto, senão algo que estou, o tempo todo, inventando? à medida em que se cristaliza em alguma coisa, isso vira um capítulo. quando falo algo acerca do objeto estudado, ele desde o sempre já tem três níveis: o processo de criação em geral, o processo de criação de um grupo trabalhando em um projeto, e o relato que eu faço desse projeto. quando faço o relato (cap4) eu digo que ele já é um olhar absolutamente específico acerca do tema abordado e, que como tal, é pura invenção. as lentes, ao escolherem, inventam um percurso que lhes será particular. passado. futuro. Já na introdução do cap5, eu digo que, a partir desse olhar específico, narro episódios: invento sobre invenções delirantes. invento ao quadrado. cada capítulo é um aprofundamento do olhar sobre a coisa.


Agora, já em 2009, defendida a tese, desdeliro e vejo que se pode pensar um olhar específico como invenção, mas essa não é a única possibilidade. Esse olhar, se formos a Nietzsche, é o olhar do interesse.A pura invenção é interessada, e estou longe de ser um apaziguamento vetorial de interesses. sou, eu também, um feixe de interesses pouco amistosos entre si, mas fou ficar forte e dar uma espremida neles, assim como com um feixe de varetas, para colocá-los em pé. isso abre um novo rumo para minha pesquisa: QUEM espreme as varetas?